A Black Friday é a principal ação de vendas do ano nos Estados Unidos, acontece sempre na sexta-feira precedida pelo feriado de Ação de Graças. Segundo a Wikipedia, o termo surgiu quando a polícia da Philadelphia denominou Black Friday o caos gerado com filas e congestionamentos pelos altos descontos e início de compras de Natal após o dia de Ação de Graças. Porém, outras fontes dizem que na Economia a cor preta significava um período de conforto financeiro para lojistas, e a vermelha valores negativos.
Fato é que diante do sucesso da ação de altos descontos nos Estados Unidos, outros países também adotaram a data. Hoje no mesmo dia do ano, Canadá, Austrália, Reino Unido, Portugal, Paraguai e o Brasil já colhem os frutos da tradição importada.
Muito se fala que no Brasil, a data nada mais é do que uma grande fraude. Encontra-se facilmente inúmeras piadas com a Black Fraude, fruto de ações mal feitas de lojistas no passado. Porém, analisando os números podemos concluir que não é bem assim.
Em 2014, a Black Friday nos Estados Unidos cresceu mais 26% em relação ao mesmo dia de 2013, enquanto a brasileira registrou um crescimento de mais 51% neste ano. Números expressivos e que registram pela primeira vez mais de 1 bilhão de reais em vendas em um único dia (R1,16 bi).
No gráfico comparativo abaixo produzido em parceria com a Universidade Buscapé Company (dados de E-bit, Statista e ComScore), podemos ter uma visão mais precisa dos números significativos que a Black Friday no Brasil conquistou. No demonstrativo, convertemos os valores de faturamento dos Estados Unidos para a média do valor anual do Dólar em Reais. Para assim, termos a noção exata da relevância dos números gerados pelas lojas virtuais do Brasil.
Note que os valores atingidos pelas vendas dos E-commerces no Brasil em 2014 já se aproximam dos resultados obtidos pelo mercado americano em 2011. Se levarmos em consideração que os números há dois anos atrás eram totalmente inexpressivos (comparando com o mercado dos Estados Unidos), a expectativa de crescimento para os próximos anos é animadora.
Ainda destaco que nos Estados Unidos a participação do m-commerce (vendas realizadas através de dispositivos móveis) representou quase 1/3 (30,3%) do total das vendas. No Brasil a participação do m-commerce foi de 7%. Lembro que em junho de 2013 a participação foi de apenas 3,6% (conforme divulgado na época pelo Relatório WebShoppers 30).
Um indicador negativo importante, até então inesperado pelos americanos foi o retorno obtido através das mídias sociais, apesar da Black Friday ter sido muito mencionado em Facebook, Twitter, Instagram e Pinterest o retorno foi extremamente baixo: apenas 1,7% das vendas.
Levando em consideração toda esta estatística é muito simples concluir que a Black Friday já é a mais importante data para nosso Comércio Eletrônico com números excepcionais. A resistência de alguns tende a diminuir com o comprovado sucesso de vendas. E você? Acha que ainda falta alguma coisa para a nossa Black Friday?
Obs.: A Forbes divulgou um crescimento de 20,6%, já a Statista.com, que utiliza dados da ComScore divulgou o crescimento de 26% nos Estados Unidos.
Fontes de informações: E-bit, Statista, Forbes, Bloomberg e Mashable.
3 Comments
Lucro realmente as empresas tiveram, as piadas não estão em relação ao lucro obtido pelas empresas e sim pelo fato de que as empresas brasileiras enganam seus consumidores com descontos irreais.
Este ano acompanhei alguns produtos que gostaria de adquirir, como uma cafeteira, uma bike nova e algumas peças de decoração. diariamente consulta algumas lojas para ver o valor da mesma. Um exemplo que encontrei foi a cafeteira 3 corações, que teve aumento de até 15% na black-friday. Eu achei ela por 399, 268, 199 e 169, sendo que o menor preço da black foi 199.
O que ocorre é um aumento de preço abusivo de 20 a 15 dias antes da black.
Para mim isto é ENGANAR O CLIENTE!
Olá Marcos,
Eu também acompanhei os preços e concordo com você tiveram lojas que fizeram isso mesmo, mas mesmo assim eu consegui comprar a minha TV com um bom desconto.
Acho que um ponto importante aqui é que os e-consumidores estão de olho nisso e essas lojas serão cada vez mais “banidas” ganhando uma má reputação de praticar esses falsos descontos.
Uma vantagem que tivemos esse ano foi as ferramentas disponíveis, sites de comparação de preços por exemplo disponibilizaram um histórico do preço do produto onde é possível acompanhar a variação do preço e notar esse problema que você mencionou.
Outra vantagem são os selos como o da Câmara-e.net que você pode denunciar as lojas com praticas abusivas.
Selo Black Friday legal 2014: http://www.camara-e.net/blackfriday/
Muito interessante. Vocês têm um levantamento semelhante comparando as reclamações geradas a partir das vendas na “black friday” ou, por exemplo, o atraso nas entregas destes produtos. E sobre o desempenho “técnico” das vendas eletrônicas? Os sites por lá também caem tanto ou ficam lentos como os daqui?