Meio & Mensagem. A Havas publicou uma nova edição do Prosumer Reports, em parceria com o Cannes Lions. O estudo O Futuro do Entretenimento discute a transformação na relação das pessoas com conteúdo e como as marcas podem se unir a essa discussão.
Segundo a pesquisa, 83% dos consumidores consideram o entretenimento uma necessidade vital. Essa parcela aumenta para 92% entre os “prosumers” — faixa do público que dita tendências.
A série de estudos Prosumer Reports analisa tendências de consumo, cultura e comportamento segundo a parcela do público que mais movimenta esses ponteiros, ou os “prosumidores”, em livre tradução. Segundo a Havas, esse público costuma representar de 15% a 20% dos consumidores de modo geral, é early adopter e costuma antecipar tendências de marketing em até 18 meses.
É um público “de vanguarda”, “influente”, “proativo” e consciente “social e ambientalmente”. O grupo acompanha as tendências desse público há 15 anos, com auxílio da Market Probe International, que costuma elaborar até quatro estudos do gênero anualmente, compartilhando os dados com clientes e parceiros.
O Futuro do Entretenimento consultou 17.411 pessoas cima de 13 anos em 37 países, incluindo Brasil, no primeiro trimestre deste ano.
Entre outros insights destacam que seis a cada dez prosumidores admitem que não conseguem ficar sem conteúdo e 56% sacrificaria uma boa noite de sono para maratonar uma série.
Quatro a cada dez respondentes entre esse público conectado afirmam que hoje não viveriam sem Netflix — a Havas destaca que a amostragem inclui faixas etárias para as quais a plataforma sequer existia há 5 anos.
Seis a cada dez prosumers falaram que desejariam que o sistema educacional e o ambiente de trabalho tivessem mais elementos de entretenimento. Mais de um terço afirmou o mesmo sobre hospitais e casas de repouso.
Eles também tendem a preferir conteúdos relacionados a empoderamento e que fornecem ferramentas para o desenvolvimento pessoal. Preferem, por exemplo, criadores de conteúdo que valorizam conexões menos superficiais em suas obras: 63% disseram que é importante que músicos tratem de questões sociais em seus trabalhos.
Entre os prosumidores, 93% consideram um conteúdo significativo quando gera impacto de longo prazo. Além disso, 78% concordam que as plataformas deveriam ter em seu portfólio conteúdos locais relevantes e em língua nativa.
As marcas também podem se aproveitar melhor dessa paixão: 71% dos prosumers afirmaram se engajar melhor e se lembrar melhor de publicidade que também traz entretenimento.
Entre os pesquisados, especialmente os mais jovens, consumir também é, em essência, produzir. Daqueles de 13 a 17 anos, 55% acreditam que sempre precisam, de alguma forma, entreter amigos e outras pessoas, e 43% se sentem pressionados a exibir um estilo de vida em que entretenimento tenha uma parte importante.
Yannick Bolloré, CEO da Havas Group, afirmou no estudo que a pesquisa leva a entender que, para a maior parte dos consumidores hoje, conteúdo é parte central de suas vidas, e não mais periférica.
“Isso nos dá, como líderes do entretenimento, uma grande responsabilidade. Nosso papel hoje é construir valor de entretenimento”, disse. “São boas notícias para a nossa indústria.”
Texto publicado anteriormente no Meio & Mensagem.