Ao se pensar em redução do custo de transporte de cargas deve-se atentar para a chamada taxa de ocupação, um indicador de desempenho chave no setor de Logística. O preço deste tipo de transporte está diretamente relacionado ao custo e volume que se transporta.
Isso quer dizer que quanto maior a quantidade total, menor o custo unitário. Em outras palavras, quanto mais cheio o veículo rodar, melhor sua otimização e, consequentemente o valor do frete!
Como calcular o custo unitário do frete?
Exemplificando: Uma carreta saindo de São Paulo (SP) com destino a Curitiba (PR) tem um custo total de R$ 3.500,00 (valor hipotético).
Esse custo total será dividido pelo volume ou peso total transportado, obtendo desta forma o custo unitário do frete.
Se nesta carreta estiverem 50 m³, o custo unitário do m³ será de R$ 70,00. Se, no mesmo veículo a ocupação for de 65 m³ o custo unitário será de R$ 53,85. Isso demonstra que o preço unitário é inversamente proporcional ao volume ou peso total ocupado numa mesma rota.
Como aumentar a taxa de ocupação da carga
Existem diversas formas de se aumentar a taxa de ocupação, inclusive softwares simuladores disponíveis no mercado. É importante ter em mente que não é possível ocupar 100% de um caminhão, visto que deve-se deixar espaço para elevação da carga no carregamento/descarregamento e na porta traseira.
Algumas variáveis envolvidas são:
• Frequência de coleta: determinados locais de coleta fornecem materiais continuamente, porém em pequenos volumes a cada rota. Reduzir a frequência de coleta poderá aumentar o volume em cada rota. É uma alternativa interessante, porém não deve ser avaliada isoladamente devido aos impactos em inventário e espaço para armazenagem principalmente.
• Tipo de fluxo: Milk run, crossdocking e fluxo direto. Os diferentes tipos de transporte devem ser aplicados de acordo com as características de cada operação. Também é possível utilização de mais de um modelo para a mesma empresa. A escolha correta do tipo de fluxo permite uma operação logística mais eficiente e, consequentemente, mais barata.
• Formato e capacidade de empilhamento de embalagens: O limite de peso de empilhamento das embalagens pode atrapalhar o aumento da taxa de ocupação. O formato das embalagens devem ser pensados também considerando as medidas do veículo de carga.
Veja na imagem à direita, no último caminhão com visão lateral é possível observar que existe capacidade ociosa em termos de espaço, porém devido ao tamanho e formato das embalagens não é possível adicionar mais um nível.
• Tamanho do furgão: deve-se combinar o veículo certo com a embalagem certa! Isso quer dizer que embalagens maiores necessitam de veículos maiores. O mesmo vale para embalagens mais pesadas.
• Limite de peso e volume do veículo: são limitadores, portanto a taxa de ocupação deve ser calculada levando em consideração o que satura, peso ou volume. Alguns materiais são leves, mas volumosos, outros nem sempre ocupam muito espaço, porém são pesados.
Cada organização possui suas particularidades em termos de características dos produtos transportados, volumes e estratégia corporativa. Portanto não existe uma fórmula simples e geral aplicável em todas as empresas. É preciso conhecer o cenário e buscar a otimização através da combinação das variáveis num modelo ótimo de transporte.
A otimização do transporte de cargas deve ser avaliada pelo setor de Logística em conjunto com outros departamentos. Algumas decisões são necessárias e podem impactar em outros aspectos da operação que também devem ser avaliados sistemicamente.
Texto publicado no Blog da Asap Log.