Mais uma vez a ideia desse artigo veio em função de experiências vividas, repetidas vezes.

Recentemente um cliente comentou “…contratei um cara muito bom para trabalhar as nossas redes sociais, mas tive que demitir… ele não sabe escrever. Eu escrevo melhor que ele.”

O portal UOL Educação publicou no ano passado “No Brasil, apenas 8% têm plenas condições de compreender e se expressar…”[i], onde comenta alguns resultados sobre o aumento do analfabetismo funcional em nosso país.

Pois é, a maioria dos brasileiros, sem exagero, não tem capacidade de expressar-se. O que é ótimo para um ambiente político-social excludente e péssimo para os negócios.

O ser humano é um ser social, ou seja, ele se reconhece plenamente quando em interação com o outro. Alguns dizem que homem é um produto do meio, outros que ele é o criador do seu ambiente. Não querendo entrar nessa discussão agora, em qualquer um dos casos a comunicação tem um papel fundamental.

A internet nos possibilitou coisas inimagináveis até então, a socialização do conhecimento, em função da redução do limite imposto pelas barreiras geográficas e da conexão com os fatos em tempo real, é apenas uma dessas facilidades.

E uma das consequências mais visível foi o aumento da nossa pressa, do nosso imediatismo. Isso nos levou a criar um “idioma” paralelo, repleto de figuras, expressões, analogias, reduções etc. (blz, vc, bj, abs… :-D, <3, K, J…).

Para quem se comunica bem, ótimo, é mais uma ferramenta disponível. Mas para quem já não sabia o básico, resta apenas virar número de estatísticas desalentadoras.

Por vários aspectos (logística, abrangência, mensuração, custo, resultados…), hoje o Inboud Marketing tornou-se uma alternativa muito mais atrativa, face ao marketing tradicional (Outbound). Porém, ao contrário deste, sua premissa é a atração do cliente, o que implica a criação e disponibilização de conteúdo relevante para o seu público. E é aí que a coisa complica.

Tecnicamente falando, tem muita gente fantástica no domínio de ferramentas digitais e afins, mas sem a menor capacidade de produzir conteúdo.

Aí, nas conversas com alguns colegas, professores de faculdade, fica fácil entender a dificuldade, ainda maior, de uma geração habituada ao Ctrl+C/Ctrl+V.

A produção de conteúdo realmente relevante pressupõe a compreensão dos fatos, da vida, do mundo… e supõe comparação, análise, crítica, posicionamento, conclusão, enfim, uma real contribuição.

A falta de domínio da língua causa prejuízos de forma democrática, tanto ao emissor quanto ao receptor. Certa vez, participava de uma banca responsável por fazer a avaliação dos “cases” empresariais concorrentes a um prêmio de gestão bastante conhecido. Um dos finalistas quase foi desclassificado por ter usado em seu relato um termo de forma equivocada e que mudava todo o sentido da mensagem.

Deslizes gramaticais no dia a dia, licença poética, informalidade com quem se conhece ou na língua falada, tudo bem, é perfeitamente aceitável.

Guardadas as devidas proporções, de uma fala adequada a cada público-alvo, e apesar de saber-se que a língua é algo vivo e, por isso, evolui, o idioma deve ser conhecido e preservado.

Por exemplo, temos algumas ocorrências tão corriqueiras que acabaram quase se institucionalizando.

É bastante comum vermos anúncios de grandes empresas, fala de profissionais conhecidos e até em mídias de massa, coisas como “maiores informações”, “a nível de”, “assertivo” usado como sinônimo de acertado, baixa estima, quando quer se referir à “baixa autoestima”, e por aí vai. A solução?

Não tem saída, é estudar e exercitar! Como?

Uma das melhores formas que conheço é a leitura. E se for uma leitura crítica, melhor ainda. Pois, podemos usar a tecnologia a nosso favor, usar o corretor, elaborar processos ou criar novos aplicativos, para quase tudo, mas automatizar a nossa expressão é algo que ainda não foi inventado.

Então mãos à obra.
Boa leitura!


[i] Referência: UOL Educação
Link para a publicação original no LinkedIn.

Author

É formada em Ciências Sociais (Sociologia, Antropologia e Ciência Política) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Possui especialização em Administração e Estratégia Empresarial (ULBRA) e em gestão de pequenos negócios (PPGA UFRGS). Empresária com mais de 20 anos de experiência, é consultora de intervenção. palestrante, instrutora e facilitadora de curso nas áreas liderança, empreendedorismo, planejamento estratégico, marketing, vendas e responsabilidade social empresarial, além de empresas em segmentos diversos, atua também em organizações do terceiro setor. Entre alguns de seus clientes constam: Instituto Claro, SEBRAE, SENAI, IEL, FIERGS, LA SALLE, ONG PARCEIROS VOLUNTÁRIOS, ADVB, SINDIGRAF RS, entre outros.

20 Comments

  1. Ótima dica. A leitura é fundamental na vida de quem quer escrever bem e exercitar a mente. 🙂

  2. A leitura é muito importante,pra escrever Artigos bons como esse com certeza você adora ler.
    Sucesso!

  3. Eu também trabalho com Marketing Digital Ivete,e hoje adoro ler graças ao Marketing Digital e sempre tinha dificuldade em escrever artigos,mas depois facilitou bastante.
    Sucesso pra você!

  4. Comecei no marketing digital com blog. E a leitura crítica é que me ajudou a melhorar o que escrevo. Ler, avaliar e até meditar. E criar o meu conteúdo. Ler é essencial.

  5. Concordo totalmente, a cada dia que passa trabalhar com mkt digital exige mais profissionalismo e expertise, só estudando e fazendo um curso decente.

  6. Amo ler desde criança. Acredito que tenha contribuído muito e hoje tenho facilidade em me expressar através da escrita. Ótimo conteúdo!

  7. Excelente artigo! Ler é essencial para escrever bem.. não adianta ter uma copy persuasiva com erros de português, complicado!!

  8. Eu sempre digo, investir em conhecimento + praticar. Isso sim é o ativo mais importante de qualquer negócio. No marketing digital então, que tudo muda o tempo todo, não tem como não estar o tempo todo se atualizando com treinamentos de qualidade para garantir o sucesso do negócio.

  9. Realmente é preciso aplicar aquilo que se aprende e não deixar o conhecimento armazenado, causando muitas vezes fadiga mental

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