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O Uber das entregas é viável no Brasil?

O conceito do polêmico Uber pode ir além do transporte de pessoas, chegando até nas entregas last mile! É o que a Amazon acredita ao oferecer o chamado Amazon Flex. A ideia consiste numa rede de  entregadores autônomos remunerados por hora e com jornada flexível de 2h, 4h ou 8 horas.
A companhia adota o slogan, traduzido ao pé da letra como “seja seu chefe, entregue quando e quanto quiser”. O requisito é ter mais de 21 anos, possuir carro, carteira de motorista válida e um smartphone com Android. Os candidatos passam por uma avaliação prévia antes de iniciar as atividades. O valor pago pela Amazon está entre 18 e 25 dólares por hora.
Atualmente o serviço está disponível apenas em Seattle, sede da empresa nos Estados Unidos. A empresa já divulga planos de expansão para outras cidades, como: Manhattan, Baltimore, Miami, Dallas, Austin, Chicago, Indianapolis, Atlanta e Portland. Também considera entregas com bicicletas e a pé no futuro.
A notícia de mais esta inovação da Amazon nos faz pensar se esta seria uma tendência e ainda, se viável no Brasil. Em primeiro lugar precisamos considerar que existe uma grande diferença cultural e socioeconômica entre o nosso país e o Estados Unidos. Porém este novo modelo de entrega pode ser operacionalmente viável por aqui também.
É fácil de imaginar alguns impactos da chegada do “Uber das entregas” no mercado nacional. Assim como o Uber, poderia enfrentar resistência e retaliação por parte das empresas de transporte de cargas e autônomos que hoje realizam esta atividade.
A remuneração pelo frete ao entregador também pode se tornar uma limitação nas terras brasileiras. Outra questão é em relação a legislação, a forma como o fisco entenderia esta atividade, na qual o entregador não possuiria documento com validade fiscal lhe habilitando como pessoa física ao transporte de mercadorias de terceiros.
Restam ainda outras lacunas, como a responsabilidade pelas mercadorias durante o transporte e o nível de qualidade logística. Mas assim como toda inovação, requer esforços para driblar as adversidades e quebrar paradigmas.
Essa nova modalidade de entrega também tem potencial para resolver uma grande dificuldade no e-commerce, o last mile, ou seja, entrega de última milha. Uma das características do transporte no comércio eletrônico é a capilaridade das entregas, devido a diversidade de destinos dos pedidos fracionados.
Esse é um desafio para as transportadoras, as quais dependem de volume para viabilizar suas operações de transporte de cargas fracionadas (LTL). No modelo Uber de entrega o fluxo é dimensionado por raio de atuação e não é necessário lotar um caminhão ou veículo urbano de carga para ser viável.
Esta é sem dúvida um inovação logística no e-commerce que poderá se tornar uma tendência global! E você, acredita que seria viável?
Texto anteriormente publicado no Blog da ASAPLog.

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