Primórdios do E-commerce brasileiro…
Antes de falarmos sobre a tecnologia headless, vamos voltar no tempo para 1999, véspera do bug do milênio e início do modelo comercial do e-Commerce no Brasil.
Em 1999 eu trabalhava no time de e-Commerce do UOL “cultivávamos” lojas de e-Commerce, sim, as lojas brotavam em nossos canais de contato.
Eram tantas que o UOL resolveu dar a estes lojistas uma plataforma de e-Commerce, chamada Intershop e em parceria de nosso time com algumas agências que forneciam aos clientes o suporte necessário para colocar no ar estas “lojinhas”.
O UOL ganhava dinheiro com um percentual das vendas e pela mídia, banners, e-mail marketing, displays etc.. Os tipos de negócio eram os mais variados, uma vez que a necessidade de experimentar esses novos modelos acontecia o tempo todo. Os contratos, em sua maior parte, eram exclusivamente criados para o cliente. Partiam de uma posição no Shopping UOL até exclusividade de vendas no portal existia.
Depois desta fase, algumas empresas como a Ikeda (que posteriormente foi comprada pela Rakuten), começaram a criar lojas no modelo “taylor made” que posteriormente evoluiu para o modelo plataforma como conhecemos hoje.
De um software enlatado para outro, a nova era de e-Commerce foi criada no país como inúmeras empresas de plataformas que de certa forma traziam “templates” prontos e com certas limitações de layout e funcionalidades. Ou quando o lojista tinha um pouco mais de liberdade para personalizar a sua loja, custo aumentava significativamente.
Além disso, as plataformas ficam com boa parte da receita, representada por contratos com participação nos resultado independente da receita do cliente, onerando o processo de vendas online.
Mas afinal, o que é Headless E-commerce?
É um dos termos mais comentados em 2020, a origem do nome não é o foco deste post. A tecnologia Headless é a alforria das lojas e dos criativos. Ele possibilita a criação de modelos até então impensados no e-Commerce. Utilizando novas tecnologias, o Headless e-Commerce/CMS, leva a outros níveis a velocidade dos sites e para isto, dispensa o uso (e os custos) de uma plataforma.
Ele pode ser gerado a partir de seu ERP, reduzindo e muito a necessidade de interações para a gestão da loja virtual. Quando falamos de integrações, da mesma forma, estas são mais rápidas e demandam menos burocracia. Com tudo isto aumentamos o leque de parceiros e as possibilidades de negócio na lojas virtuais de nossos clientes.
O layout de um e-Commerce Headless não é responsivo, ele é líquido e pode ser pensado como uma ferramenta mobile, uma vez que a aplicação trabalha como um PWA (do inglês, Progressive Web Application).
Tecnologia que recebe investimentos de grandes companhias como Microsoft e Google, que em resumo utiliza de forma integrada os melhores recursos de uma aplicação web, como a forma centralizada de distribuir as novidades do seu website praticamente em tempo real (desde que você limpe o “famigerado” cache do seu e-Commerce!) e de aplicativos desenvolvidos especificamente para dispositivos móveis que rodam “offline” e com um desempenho bem melhor.
A independência do Frontend e o Backend
Outro ponto marcante que explicamos aos nossos clientes, é que esta separação entre a parte visual do site e o sistema de API’s que fornece os dados para o funcionamento do site.
Criam um ambiente favorável para a experimentação e inovações, que antes dependiam de dois grupos de desenvolvedores, frontend e backend, trabalharem em conjunto, e muitas vezes em conflito.
E agora podem trabalhar de forma harmônica e independente atendendo as necessidades mais aparentes para os nossos clientes de um lado (frontend) e progredindo de forma mais segura e robusta do outro (backend).
Eu diria que o Headless é uma forma acessível de se fazer um e-commerce de qualidade, totalmente mensurável e que produz resultados, de fato.
Conclusão
Tudo que é novo assusta, porém o Headless vai trazer uma nova dimensão aos e-Commerces brasileiros.
Quando grandes empresas como Microsoft e Google resolvem apostar em uma tecnologia, como é o caso do PWA, é melhor prestar atenção pois é prenúncio de grandes mudanças no cenário digital.
Ainda com dúvidas?
Assista a entrevista com Rodrigo Prior e Marcelo Acácio da Infranology sobre essa nova tenologia: