Por Raphael Simoni. O Blog do Google para Webmasters anunciou oficialmente no último dia 26 de fevereiro uma nova atualização em seu algoritmo de buscas que, segundo especialistas em SEO em todo o mundo, terá um impacto ainda maior que o Panda e o Penguin.
O “Mobilegeddon”, como alguns vêm chamando a mudança, possui, segundo o Google, duas grandes novidades “que ajudarão os usuários a encontrar mais conteúdo de sites mobile”:
1. Mais sites mobile nos resultados de busca;
2. Mais conteúdo de aplicativos nos resultados de busca;
O primeiro tem data para acontecer: 21 de abril (feriado no Brasil). “A partir de 21 de abril, estaremos expandindo o uso de recursos mobile-friendly como sinal de ranqueamento. Esta mudança irá afetar as buscas em dispositivos móveis em todos os idiomas e países, impactando significativamente os resultados de busca”, informou o Google no post sobre a novidade.
Mas há também uma outra atualização já em pleno funcionamento. Segundo o mesmo texto, o Google passará a usar “informação de aplicativos indexados como fator de ranqueamento para usuários que já possuem o app instalado.”
Ainda de acordo com o post, “quando se fala em buscas em dispositivos móveis, os usuários passarão a receber resultados relevantes e oportunos, não importando se a informação está em um site mobile-friendly ou em um aplicativo.”
Esta é uma informação de extrema relevância. Agora, o que você busca pelo celular retornará um resultado ainda mais unificado, relevante e preciso de sites e aplicativos mobile.
Responsivo, m. e App
Para que não reste nenhuma dúvida, vamos entender como resultado mobile todo conteúdo de sites mobile (responsivos ou que apontem para um subdomínio m.) e aplicativos para celulares e tablets. Estas são, pelo menos até agora, as três principais soluções para conteúdo mobile.
Talvez a notícia suscite mais uma vez o velho (e atual) debate: responsivo ou m.? Bem, agora você pode acrescentar mais um ingrediente à discussão: o aplicativo.
Então qual das três opções é a melhor para o seu negócio? Desculpe, mas depende. Cada caso é um caso. Dentre uma série de variáveis que deveriam ser consideradas, posso dizer que a ideia de “um site para vários dispositivos” oferecida pelo conceito responsivo é a melhor opção para uma versão mobile do seu site. E não sou eu quem está falando.
Com relação ao aplicativo, se sua empresa já possui um, essa “unificação” dos resultados de busca pode ser feita pelo próprio administrador do app. A página para desenvolvedores do Google explica como fazer.
No entanto, a questão não é quantitativa. Seria um erro apresentar este problema a partir deste ponto de vista. Uma estratégia mal elaborada e, principalmente, mal entendida, pode gerar apenas perda de dinheiro e nenhum resultado.
Como a nova atualização afetará a performance de sites e e-commerces
O real impacto desta nova implementação só será sentido de fato e analisado em maiores detalhes a partir do dia 21 de abril, mas, até lá, você pode fazer agora mesmo o teste de compatibilidade com dispositivos móveis (https://www.google.com/webmasters/tools/mobile-friendly/) para saber se seu site está de acordo com as diretrizes do Google.
Mas já tenha em mente que, se o seu site não possui uma versão mobile, ele passará a ter cada vez menos acesso. E mais: não só de buscas feitas em celulares e tablets, mas também em desktops.
Na verdade, este é um arremate final de várias outras implementações feitas pelo Google ao longo dos últimos dois anos, como as recomendações de como configurar seu site para dispositivos móveis ou como promover sites para dispositivos móveis.
Acesso mobile não é tendência, é fato mais que consolidado
Ainda precisamos de números para demonstrar que o uso da internet em dispositivos móveis está a cada dia ultrapassando o acesso por computadores desktop? Caso você tenha passado pelo menos os últimos três anos em Marte, cito alguns números importantes:
2013 – Pesquisa do Ibope Media revela que 52 milhões de pessoas têm acesso à internet pelo celular (fonte).
2014 – Pesquisa divulgada pelo CETIC.br (Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento Sociedade da Informação) revela que “número de brasileiros que usa a internet pelo celular cresce 106% em dois anos” (fonte).
2015 – Estudo da Vivera Mobile aponta que “smartphones dominam acesso à internet no País” (fonte).
Outro dado mais recente foi o levantamento realizado pela Conversion, mostrando que um em cada cinco visitantes de lojas virtuais utiliza celulares e tablets. Estima-se que, até o final deste ano, o comércio eletrônico fature pelo menos R$ 11,1 bilhões apenas em compras efetuadas por dispositivos móveis. Somente em 2014, 10% das vendas pela internet foram realizadas a partir deles, um aumento de mais de 200% em relação ao último ano.
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Como vimos, o acesso ao conteúdo por meio de celulares e tablets não é mais uma tendência há pelo menos três anos, mas trata-se de um comportamento bastante consolidado que vem se desenvolvendo cada vez mais. Se há 10 ou 15 anos poderíamos dizer que quem não possuísse um site estava fora do mercado, afirmamos hoje que quem não possui um site mobile não só está perdendo dinheiro, como está perdendo competitividade.
Texto publicado no Blog da Conversion