É uma cena comum para os pequenos varejistas no Brasil: o consumidor adquire um produto que custa R$ 3,20, tenta pagar com uma nota de R$ 10, mas a falta de moedas para troco faz o comerciante reduzir a R$ 3 para não perder a venda.
A tática, inclusive, foi adotada recentemente pelo Metrô de São Paulo para resolver a dificuldade em não ter moedas suficientes para devolver aos passageiros. Chamado de preço flutuante, o recurso é cada vez mais praticado no varejo online brasileiro, não pela falta de moedas, mas pela regulação da oferta e procura.
Assim, ao invés de um valor único para o produto, o varejista determina uma margem mínima e máxima, permitindo que o preço sofra alterações neste intervalo de acordo com a estratégia da empresa.
A necessidade de queimar o estoque, por exemplo, pode fazer com que a loja atue com uma margem mínima para estimular a venda. Em contrapartida, um item que está sendo ofertado exclusivamente por sua loja no mercado pode elevar a margem de lucro.
A prática do preço flutuante depende do prévio conhecimento do mercado e hábitos do consumidor – o que, nos dias atuais, passa pela adoção de soluções tecnológicas. A popularização destas ferramentas oferece uma série de informações importantes para a estratégia operacional dos negócios.
Sobre o preço, os lojistas têm em mãos relatórios que detalham a política praticada pelos principais concorrentes, o estoque e até as categorias de produtos que são mais trabalhadas em seu segmento. Assim, é possível se antecipar e criar uma estratégia de preço sempre competitivo.
Nos EUA, por exemplo, é comum os pedágios ficarem mais caros quando o tráfego nas estradas é maior. Já os parques de diversões cobram preços diferentes nos dias da semana e finais de semana de acordo com o fluxo de turistas.
Aqui no Brasil, contudo, a ideia foi abraçada pelo e-commerce e incorporada a outro conceito também importado do mercado norte-americano: a precificação dinâmica e inteligente. Não basta fazer o preço flutuar dentro de uma margem; é preciso alterá-lo com frequência para que ele fique em destaque na maior parte do dia.
Foi-se o tempo em que manter o preço congelado era sinal de segurança e confiança para o consumidor. Hoje, com opções disponíveis, as pessoas buscam itens cujos valores estejam condizentes com o que desejam pagar naquele momento – seja de dia, de noite ou de madrugada. A loja virtual que não acompanha este movimento para manter seu preço atrativo, certamente ficará pelo caminho.
Author
Ricardo Ramos
Gestor em Tecnologia da Informação, Ricardo Ramos possui diversas especializações no meio digital e tecnológico, entre elas, estratégias de marketing, cloud computing, ITIL, Product Development, entre outras que colaboram para o desenvolvimento de plataformas e produtos. Iniciou carreira na Inter.net do Brasil, liderou o desenvolvimento de soluções na Virid Interatividade Digital, tornou-se CIO e sócio, devido ao sucesso das soluções desenvolvidas. Atualmente, além de Diretor de Métricas e Monitoramento da ABComm, Ramos vem colocando em prática todo conhecimento adquirido ao longo de sua carreira na Precifica, como fundador e CEO da empresa.