Com o dia 8 de março se aproximando, te convidamos a uma viagem pelo universo feminino no mundo da tecnologia através de diversos depoimentos.
Atualmente existe um universo que vem trabalhando incessantemente para derrubar estereótipos e preconceitos: o universo feminino. No próximo dia 8 de março, dia internacional da mulher, múltiplas vozes ao redor do mundo se farão ouvir para dar sua opinião em prol da igualdade.
Com desafios ainda pendentes, a desigualdade salarial entre homens e mulheres no ramo tecnológico pode ser reduzida em 25% nos próximos 10 anos, segundo exposto na apresentação do W20, fórum de gênero do G20 que aconteceu na Argentina no final de 2017.
Esta conclusão otimista é possível, sobretudo, pelas iniciativas de instituições, companhias e referências do mundo tech que movem seus peões em prol da igualdade, além, é claro, das próprias mulheres que buscam seus espaços com capacidade e tenacidade.
Camila Achutti, CTO do MasterTech, colunista da Época Negócios e criadora do site Mulheres na Computação é uma das líderes do movimento por igualdade de gêneros no mercado de TI no Brasil. Sobre a inclusão das mulheres no mundo da tecnologia Camila desabafa:
“Nós vemos um monte de mulher empreendendo por necessidade e não por oportunidade. Ser empreendedora em tecnologia é não se reconhecer no entorno. Vou a eventos e a maioria são homens. As mulheres não empreendem em negócios digitais de alto impacto. Se não me engano, 54% dos empreendedores são mulheres, mas é tudo negócio offline, com pouca margem de lucro, é a lojinha. A gente tira dessas mulheres a possibilidade de se envolverem com tecnologia, a gente não mostra para essas meninas outras possibilidades”.
Frente a este panorama, uma das companhias que mais se destacam por promover uma equipe igualitária é a Real Trends. Esta startup de tecnologia mantém equilibrado seu quadro de funcionários (50/50). Uma proporção equânime de paridade de gênero e que responde positivamente às demandas atuais de igualdade de oportunidade entre mulheres e homens.
Josefina Tous Bercovich, Tamylin Trevisan, Romina Garacho, Martina Moschetto e Michele Gonçalves, fazem parte da equipe e nesta nota compartilham seus depoimentos acerca do caminho percorrido para seu desenvolvimento profissional e pessoal.
Como foi o ingresso no mundo laboral sendo mulher?
Josefina (Bolivar, Buenos Aires, Argentina) – Project Manager – conta: “Vivi em plena transformação do gênero feminino na luta por cargos onde antes só chegavam homens. Trabalhei em indústrias machistas, mas com responsabilidade e sempre consegui demonstrar que o gênero não é uma condição para exercer funções. O que encontrei no meu trabalho atual é que a igualdade de oportunidades e a questão de gênero não eram um problema”.
Tamylin (Santo Ângelo, Rio Grande do Sul, Brasil) – Sales Specialist -, reafirma a autovalorização e a clareza dos objetivos para atravessar obstáculos: “Trabalhei em algumas empresas com atitudes machistas, muitas vezes essas atitudes partiam dos líderes, em pequenas coisas do dia a dia. Mas, por sorte, sempre alcancei meus objetivos com muito trabalho, esforço e nunca desisti”.
Por sua vez, Romina (Garín, Buenos Aires, Argentina) – HR Manager – relata: “Não tive obstáculos para ingressar e me desenvolver no mercado de trabalho. Tive muita sorte, já que comecei a trabalhar com o que gostava aos 19 anos, na área de RH. Minhas mudanças sempre se deram por melhores oportunidades, nunca foi difícil conseguir um emprego”.
Martina (Cipolletti, Rio Negro, Argentina) – Customer Satisfaction Specialist – compartilha “Meu primeiro trabalho foi aos 18 anos, um estágio vendendo cursos de informática na faculdade que eu cursava. Este trabalho me trouxe para onde estou hoje, nunca imaginaria que ia seguir no ramo da tecnologia e informática, e hoje todos os meus trabalhos posteriores estão relacionados a este mundo”.
Michele (Salvador, Bahia, Brasil) – Sales Manager- recorda: “Meu primeiro trabalho foi no Brasil, um estágio na área de marketing de uma operadora de planos de saúde e hoje sou gerente comercial de uma startup. Os maiores obstáculos que enfrentei foram por ter ido viver em outro país e ter que inserir-me no mercado de trabalho com um idioma diferente, trabalhar com pessoas de outras nacionalidades e costumes, aprender a me virar e ter uma boa relação com elas. Estou há mais de 10 anos na área comercial e há 8 anos especificamente em empresas de tecnologia. Hoje em dia contar com um trabalho onde tenho horários flexíveis que me permitem buscar meu filho na escola e desfrutar o final da tarde com ele, compatibilizando minhas responsabilidades, são parte dos benefícios que realmente dou valor”.
O que se lembram de seu primeiro emprego e como é o trabalho atual?
“Trabalho desde os 12 anos, ajudando em um negócio familiar. Mas o primeiro trabalho formal foi com 21 anos como recepcionista, em um lugar onde tive a oportunidade de crescer rápido e em pouco tempo conhecer o funcionamento do mundo empresarial. Entre meu primeiro emprego e o atual passaram-se múltiplas experiências de diversos tipos e estou convencida que tudo aconteceu para que chegasse onde estou, onde sinto ser parte de um projeto formado por pessoas instruídas, responsáveis e amenas, que fazem deste lugar um espaço super agradável”, responde Josefina.
Tamylin, por sua vez, completa: “Meu primeiro trabalho foi em um estúdio de fotografia, aos 16 anos, onde atendia o público. Como especialista em vendas, mantive total contato com os clientes, falo com eles toda hora. A comunicação é algo que me fascina, já que sempre esteve em mim e afortunadamente é ao que me dedico”.
“Comecei aos 17 anos em vendas, trabalhando 12 horas por dia. Hoje estou como responsável da área de Recursos Humanos, fazendo o que realmente gosto” diz Romina.
Como é trabalhar com tecnologia?
“Minha relação com a tecnologia é de amor puro, creio que deve ter sido difícil nascer antes desta era e hoje me encontro em um espaço rodeada de um grupo de profissionais que tem vontade de progredir em equipe” analisa Josefina.
Tamilyn adiciona: “Minhas primeiras experiências foram em agências de publicidade offline, mas depois que migrei ao mundo online, nunca mais voltei a trabalhar com o off. A tecnologia sempre foi um tema que me encantou, desde pequena sempre quis estar relacionada com os avanços tecnológicos e trabalhar ligada a este mundo é realizar um sonho”.
Assim como Tamylin, Romina se declara apaixonada pela tecnologia: “Desde que descobri como eram as empresas de tecnologia me apaixonei por elas. Minha relação com a tecnologia é um desafio constante, sempre há algo para aprender e isso me encanta”.
“Me casei com um desenvolvedor com quem compartilho além da vida, a obsessão pelo tech e sempre estou em busca de soluções tecnológicas para resolver problemas. Estou um passo além do uso cotidiano de smartphones, Netflix e redes sociais; passei a outro nível quando comprei uma lavadora de roupas com WiFi”, brinca Michele.
Quais qualidades femininas destacariam?
“Acho que a sensibilidade e intuição são qualidades femininas gerais que são importantes para melhorar e ser diferencial no campo do trabalho”, introduz Josefina.
“Como próprias destaco a simpatia, humildade, segurança e confiança em meu trabalho”, adiciona Tamylin.
Romina e Martina concordam e detalham: “Empatia, sensibilidade, intuição e ordem”.
Michele comenta: “Os traços mais femininos se relacionam com a empatia, alegria e paixão, ao menos são as qualidades femininas que identifico em minha personalidade”.
Perseverança, capacidade de adaptação e paixão pela tecnologia, são alguns dos pontos em comum que se sobrepõem nos depoimentos de 5 mulheres que trabalham em uma auspiciosa startup de tecnologia que as permite alcançar um equilíbrio entre sua vida pessoal e profissional.
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