O crescimento do mercado de cartão de crédito no Brasil é inegável. Em cinco anos, o faturamento do setor mais do que duplicou, passando de R$ 53 bilhões em 2007 para R$ 132 bilhões no fim de 2012, segundo dados do Banco Central e ABECS (Associação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços).
O cartão tornou-se uma importante ferramenta de inserção bancária para a população brasileira de baixa renda graças à adoção em programas assistenciais. Entretanto, mesmo com essa popularidade, ainda há um longo caminho para a consolidação deste meio de pagamento no país.
O crescimento vertiginoso das receitas de cartão de crédito nos últimos anos não proporcionou um aumento na literatura do tema na política monetária nacional. Há poucas pesquisas na área e o debate sobre a atuação das empresas no mercado ainda é muito limitado.
É preciso expandir o conceito, apontando problemas e debatendo soluções, com obras que contextualizam e, ao mesmo tempo, trazem novas ideias para os profissionais e empresários envolvidos em toda a cadeia de pagamentos eletrônicos.
O Brasil deu um passo importante em 2013, com a aprovação do Marco Regulatório de pagamentos eletrônicos pelo Banco Central. Entretanto, não foi suficiente para resolver os problemas que o mercado enfrenta.
Por mais importante que o documento seja, ele precisa de um aperfeiçoamento para permitir uma maior concorrência entre as empresas envolvidas e resguardar startups que se aventuram no setor – oferecendo espaço para que elas apresentem soluções inovadoras.
Melhorar o Marco Regulatório é apenas o primeiro passo para isso, outras ações como a macro ordenação do Sistema de Meios de Pagamento Eletrônico, a organização da agenda de recebíveis, a interoperabilidade das bandeiras, as câmaras de compensação e a eliminação de barreiras para a entrada e a operação de startups são essenciais.
Com tantas facilidades e benefícios para a população, o cartão de crédito já é uma realidade para todas as classes sociais do Brasil. Agora, é preciso oferecer melhores serviços, aumentando a aderência dos meios eletrônicos de pagamento no país – o que só será possível com o estabelecimento de regras mais justas para que todas as empresas possam competir em pé de igualdade.