Planejar e implantar um projeto de centro de distribuição requer conhecimento técnico e alguns cuidados básicos. O estudo é amplo e deve ser analisado sistemicamente. Em outras palavras, diferentes áreas da empresa, como projetos, logística, compras, financeiro, contabilidade, recursos humanos, TI, marketing, jurídico, entre outros, devem participar dos estudos e avaliar os impactos do CD.
O desenvolvimento do projeto do centro de distribuição depende de alguns fatores, tais como: tipo de mercadoria e forma de movimentação, por exemplo.
O tipo de mercadoria define algumas características básicas e particularidades de cada operação. O peso, volume, estado físico, valor e unidade de movimentação precisam ser considerados no conceito da operação logística no armazém.
A forma de movimentação define se os produtos são manuseados unitariamente, em pequenas ou grandes embalagens. Além disso, também determina se existe a necessidade de controle de lote, com saída do tipo FIFO – First In First Out (PEPS – Primeiro a Entrar Primeiro a Sair), por exemplo.
Uma amostra disso é a diferença entre uma operação logística de alimentos, a qual possui características específicas, tais como: curto prazo de validade, necessidade de armazém com sistema de controle de temperatura (refrigeração ou congelamento), autorização de órgão especifico (ANVISA, etc), equipamentos compatíveis com o peso e tamanho, entre outros. Já no caso de eletrônicos é essencial cuidados com a segurança do armazém. Por se tratarem de produtos de alto valor agregado, o risco de furtos e roubos é alto.
Entenda de que forma cada área tem relação com o centro de distribuição:
• Projetos: planejamento e controle de toda a implementação do CD, elaboração de cronograma, previsão de orçamento, divisão de tarefas, etc;
• Logística: a localização geográfica está diretamente relacionada a prazo de entrega. A proximidade com mercado consumidor, fornecedores e infraestrutura logística são elementos importantes para tomada de decisão;
• Compras: busca de fornecedores, cotação e aquisição de equipamentos, sistemas e serviços;
• Financeiro: levantamento de fontes de recursos, análises de custos e viabilidade econômica-financeira;
• Contabilidade: ajustes legais e fiscais necessários para funcionamento e planejamento tributário;
• Recursos humanos: recrutamento e seleção de pessoas, treinamentos, definição de EPIs, aplicação de normas e leis trabalhistas específicas, etc;
• TI: implantação de softwares, instalação de infraestrutura e configuração de hardwares;
• Marketing: pesquisa de localização dos mercados consumidores e produtos mais vendidos, prazo de entrega de concorrentes, etc;
• Jurídico: contrato de locação de barracão, equipamentos e prestação de serviços.
Pode-se dizer que esses são os aspectos mais gerais, alguns cuidados básicos que devem ser tomados:
• Acesso ao local por veículos de carga (leve, médio e pesado), restrições de trafego de caminhões na região;
• Capacidade de peso do piso, docas cobertas para carregamento/descarregamento em dias de chuva, altura do armazém, sistema de detecção e combate a incêndio, sistema de alarme, circuito fechado de televisão, posição do sistema de iluminação eficiente;
• Processos simples e padronizados, pois estão diretamente relacionados com a produtividade de toda a operação, devem trabalhar com apoio de equipamentos e sistemas;
• Máxima otimização do layout para melhor produtividade dentro do CD, disposição do sistema de armazenagem, área de picking, postos de trabalho para packing, área de consolidação e expedição de mercadorias;
• Equipamentos compatíveis entre si, ambiente de trabalho e o tipo de mercadoria para o qual seu uso se destina;
• Sistemas integrados com hardwares e boa comunicação com a rede, principalmente Wi-fi;
• Mão de obra especializada em logística, indicadores individuais de desempenho e treinamentos na área. Utilização de EPI (Equipamento de Proteção Individual) adequado para sua atividade em conformidade com a NR (Norma Regulamentadora).
A concepção da operação logística e o projeto do centro de distribuição devem ser avaliados simultaneamente. Além disso, é essencial pensar no médio e longo prazo, considerando uma possível expansão e/ou outros planos futuros da empresa.
Texto publicado no Asplog