O Live Commerce já domina mercados como a China e cresce rapidamente em outros países. No Brasil, a tendência avança, mas será que 2025 será o ano da virada? Grandes marcas estão investindo, consumidores se engajam, mas desafios ainda persistem. O que falta para essa revolução acontecer de vez?  Confira!

O Que Acontece Lá Fora?

China: O Berço do Live Commerce
Na China, o live commerce é um verdadeiro fenômeno. Com grandes plataformas como Taobao Live, Douyin (TikTok chinês) e Kuaishou, o formato movimenta bilhões de dólares anualmente. Influenciadores e celebridades fazem transmissões ao vivo vendendo desde roupas e eletrônicos até carros e imóveis, com audiências gigantescas e altíssimos índices de conversão.

Estados Unidos: Crescimento Acelerado

Nos Estados Unidos, o cenário ainda é de crescimento, mas o live commerce já apresenta números significativos. Estima-se que, até 2026, as vendas por transmissões ao vivo representarão mais de 5% de todas as compras online no país. Grandes varejistas, como Walmart e Amazon, estão investindo no formato, promovendo transmissões ao vivo em suas plataformas e em redes sociais.

E Aqui no Brasil?

No Brasil, o live commerce ainda está em fase de desenvolvimento, mas há sinais promissores. Algumas empresas já relataram crescimento expressivo no GMV (Gross Merchandise Volume) após adotarem o modelo. Em 2023, por exemplo, marcas conseguiram triplicar seu faturamento com transmissões ao vivo, especialmente em datas comerciais como Black Friday.

Apesar disso, existem barreiras importantes a serem superadas. Os hábitos de consumo dos brasileiros ainda não estão totalmente adaptados ao formato, e há desafios tecnológicos, como a qualidade da conexão de internet e a infraestrutura para garantir uma experiência fluida e segura para os consumidores.

A Tecnologia Já Está Pronta – Mas Será Que O Público Está?

Hoje, as principais plataformas sociais já oferecem suporte ao live commerce. O TikTok e o Instagram, por exemplo, estão investindo em ferramentas nativas para facilitar a venda ao vivo, permitindo que os consumidores comprem produtos sem sair da live.

Além disso, plataformas de e-commerce, como Nuvemshop e VTEX, já oferecem integração com transmissões ao vivo, permitindo que as lojas conectem seus canais e promovam vendas diretamente.

O grande diferencial do live commerce é sua capacidade de combinar interação e transparência. Os consumidores podem tirar dúvidas em tempo real, ver demonstrações ao vivo e sentir mais confiança na compra. Isso se encaixa perfeitamente com o comportamento do consumidor brasileiro, que valoriza atendimento humanizado e confiança na hora de comprar online.

Porém, ainda existem desafios a serem superados:

  • Horários de transmissão: Como grande parte do público brasileiro trabalha durante o dia, encontrar horários ideais para lives pode ser um desafio.
  • Conversão x Expectativa: Nem toda transmissão ao vivo resulta em vendas imediatas. Algumas marcas ainda estão entendendo como otimizar suas estratégias.
  • Desafios logísticos: Para garantir uma boa experiência, é fundamental que os produtos vendidos nas lives tenham um processo de entrega rápido e eficiente.
  • Empresas Pioneiras Já Estão Testando Esse Modelo
Algumas marcas no Brasil já estão apostando no live commerce como estratégia de vendas e relacionamento com o consumidor.

  • Casas Bahia e Ponto vêm explorando formatos híbridos, como o “Me Chama no Zap”, onde a experiência digital se conecta com o atendimento humano.
  • Magalu já realizou diversas transmissões ao vivo, com influenciadores apresentando ofertas exclusivas para quem acompanha os eventos online.
  • TikTok lançou funcionalidades de live shopping, incentivando criadores a promover produtos diretamente durante suas transmissões.
  • Marcas de cosméticos, como O Boticário e Quem Disse, Berenice?, começaram a testar formatos de vendas ao vivo, aproveitando a influência digital e o engajamento de suas audiências.

Com essas iniciativas, fica claro que as empresas brasileiras já estão explorando o live commerce, mas a adesão em massa ainda depende da consolidação de boas práticas e de uma cultura de compra mais alinhada a esse formato.

Então, O Live Commerce Vai Bombar em 2025?

Ainda não podemos afirmar com certeza que 2025 será o ano da virada definitiva, mas os sinais são claros: o live commerce está crescendo rapidamente e tem tudo para se consolidar nos próximos anos.Se você trabalha com e-commerce, o momento de começar a experimentar esse formato é agora. Algumas estratégias que podem ajudar nesse processo incluem:

– Testar plataformas diferentes: Entender onde está o seu público é essencial. Se ele consome conteúdo no Instagram, experimente lives por lá. Se a audiência está no TikTok, explore essa plataforma.
– Aproveitar datas comerciais: Grandes eventos, como Black Friday, Natal e Dia dos Namorados, são oportunidades para impulsionar vendas ao vivo.
– Investir em influenciadores: Contar com criadores de conteúdo e influenciadores pode aumentar a credibilidade da marca e atrair mais público para as transmissões.
– Criar promoções exclusivas para lives: Dar um incentivo extra para quem compra ao vivo pode ajudar na conversão.
– Oferecer um processo de compra fluido: Certifique-se de que o caminho entre a live e o checkout seja simples e rápido para não perder vendas.

Conclusão: O Futuro das Vendas Online Está Cada Vez Mais Interativo

O live commerce não é apenas uma tendência passageira, mas sim uma evolução natural do e-commerce, que busca mais conexão e engajamento com os consumidores.
Se as barreiras tecnológicas e culturais forem superadas, podemos ver um crescimento exponencial desse formato nos próximos anos.

Uma coisa é certa: as marcas que começarem agora terão uma vantagem competitiva quando essa tendência se consolidar de vez.

Então, vale a pena ficar de olho nessa tendência – e quem sabe até fazer parte dela. Afinal, o próximo grande movimento do e-commerce pode acontecer diante dos seus olhos – e ao vivo!

Author

Formado pela Escola de Eng.ª Máua, pós-graduado em Marketing pela ESPM e com especialização em marketing para internet pela University of California, Irvine. Está no segmento de comércio eletrônico desde 1999, já atuou como executivo de grandes portais como UOL e Terra, sócio de agencia digital, sócio de startup de treinamento de e-commerce do Grupo Buscapé Company e de agencia de marketing digital. Atualmente é palestrante do SEBRAE, mentor, professor, sócio-fundador do Blog Profissional de E-commerce, e criador do livro Checklist Definitivo da Alta Conversão.

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